Geolabor: 10 anos de uma ferramenta confiável para a Geotecnia

Imagem de trabalhador no campo checando dados no Geolabor
Imagem de trabalhador no campo checando dados no Geolabor

O Geolabor, foi idealizado há mais de 10 anos e, desde a criação dos primeiros protótipos até a consolidação de uma solução que oferece confiabilidade de dados e segurança da informação, uma trajetória robusta foi construída. Em todo esse caminho, o software que nasceu para eliminar as vulnerabilidades das planilhas de Excel (amplamente usadas nas indústrias) evoluiu para atender as demandas do exigente mercado de geotecnia. 

Desenvolvido pela empresa de tecnologia SimpleLab, o Geolabor conquistou reputação no mercado e segue em constante aprimoramento. Para entender melhor essa trajetória, conversamos com o CEO e fundador do sistema, Samir Chammas. Confira a seguir os principais momentos dessa conversa.

 


Confira a entrevista exclusiva com o CEO e fundador do Geolabor

Isabella Cruz, gerente de projetos do Geolabor; Samir Chammas, Ceo e fundador; com Eduardo Suski, diretor de operações
Isabella Cruz, gerente de projetos do Geolabor; Samir Chammas, Ceo e fundador; com Eduardo Suski, diretor de operações

 

Samir, o que te levou, há 10 anos, a pensar no Geolabor?

Quando entrei na Chammas Engenharia, há quase 14 anos, percebi a necessidade de um sistema que gerenciasse as operações e processos de engenharia. Na época, tudo era feito em Excel, e eu achava isso muito vulnerável. Essa percepção foi minha motivação inicial. Eu queria sistemas que automatizassem algumas etapas, assegurassem a integridade dos dados coletados e permitissem a criação de um banco de dados.

Cheguei com uma visão da Engenharia de Produção, que é minha área, focado em processo e otimização. Sabia que, em termos de gestão de dados, o uso de Excel era frágil, uma experiência que já tinha vivenciado no setor industrial. Meu objetivo era criar um sistema que realmente gerenciasse os processos de engenharia.

Esse início foi muito focado no laboratório central [da Chammas], que foi o primeiro escopo do Geolabor. No laboratório, você tem um intenso fluxo de amostras, ensaios e dados, que era coletado. Mas usar o Excel para isso não era adequado. Em anos anteriores à criação do Geolabor, eu tive várias iniciativas para desenvolver sistemas utilizando outras linguagens de programação. Não era uma solução muito robusta, com arquitetura bem definida. No entanto, eu já tinha alguns protótipos do que viria a ser o Geolabor.


“O uso de Excel era frágil,  uma experiência que já tinha vivenciado no setor industrial.”

 

O processo geral já estava na sua cabeça?

Sim, e já estava parcialmente implementado. Usava muito o Visual Basic for Applications, a linguagem de programação do Excel, para trazer mais segurança às informações e evitar erros com regras que garantiam o registro correto. Alguns algoritmos auxiliavam nas decisões e no planejamento dos ensaios. Porém, tudo acabou virando um “Frankenstein” [risos]. Até que chegou um ponto em que decidi parar com essa abordagem e iniciar um desenvolvimento definitivo. Reuni um time de freelancers e, assim, começamos o Geolabor em novembro de 2014.

Como foi o início de todo esse processo?

No início, desenvolvemos as funcionalidades básicas, como tela de login e cadastro de amostras e ensaios. Com o tempo, o Geolabor passou a incorporar processos do laboratório central, e optamos por incluir uma máquina de cálculo, que interpreta uma sintaxe parecida com o Excel e a converte na linguagem do Geolabor.

Esse compilador demorou mais de dois anos para ficar pronto, mas permitiu representarmos metodologias de cálculo e construir gráficos dentro do Geolabor. Nesse período, os ensaios ainda eram realizados nas fichas de Excel e, depois, era feito o upload dentro do software. Até então, o software era usado para registrar e organizar o fluxo de trabalho, como cadastro de amostras, início e finalização de ensaios e aprovação dos mesmos.

A etapa da máquina de cálculo levou mais tempo e ela tinha um nível de complexidade. Quando ela foi concluída, começamos a executar os ensaios dentro do Geolabor, que ganhou uma força técnica muito grande. Mas Geolabor foi avançando e com essa máquina de cálculo, criamos regras de validação e depois um módulo de relatórios em questão de segundos.

 

“Geolabor foi avançando e com essa máquina de cálculo, criamos regras de validação e depois um módulo de relatórios em questão de segundos.”

 

O que o ano de 2020 representou para o Geolabor?

Em 2020, o Suski [sócio e diretor de operações] se juntou a nós, após mais de seis anos de desenvolvimento do Geolabor. Então, decidimos separar o Geolabor da Chammas Engenharia e criamos a SimpleLab, em 5 de novembro de 2020, focada na cultura de uma empresa de tecnologia, e fortalecemos a segurança com a certificação ISO 27001. Com a criação da área de Customer Success, estabelecemos métricas e processos para garantir o sucesso dos clientes no uso do Geolabor. A ideia foi construir métricas e processos para garantir a constante evolução dos processos internos a partir da compreensão dos dados de forma proativa.

Quais os benefícios da confiabilidade nos dados?

A confiabilidade e a segurança nos resultados são os pilares do Geolabor. A máquina de cálculo é inviolável. Uma vez configurada, as fórmulas são replicáveis e imutáveis, garantindo que nenhum dado possa ser alterado indevidamente. Isso difere muito das vulnerabilidades do Excel, em que as fórmulas são facilmente modificáveis.

 

“A confiabilidade e a segurança nos resultados são os pilares do Geolabor.”

 

Quais os passos futuros do Geolabor?

Temos como objetivo construir uma comunidade geotécnica, na qual os clientes possam compartilhar boas práticas e metodologias, promovendo a segurança e o conhecimento. Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), estamos desenvolvendo algoritmos para validação de dados e estimativas de parâmetros geotécnicos. Hoje, temos uma iniciativa com o Chat GPT que entende o contexto do Geolabor no qual você pode conversar com ele e saber, por exemplo, qual o status de uma determinada amostra. Enfim, o cliente pode conversar com essa inteligência artificial para ir direto a uma informação sem ter que navegar ou pesquisar pelo sistema.

 

“Temos como objetivo construir uma comunidade geotécnica, na qual os clientes possam compartilhar boas práticas e metodologias, promovendo a segurança e o conhecimento.”

 

O mercado já reconhece o valor do Geolabor?

Hoje, diversos editais de contratação já exigem o Geolabor como pré-requisito. O sistema conquistou uma reputação sólida, e nossa meta é fomentar uma cultura colaborativa em que o Geolabor contribua para a troca de experiências e melhores práticas em controle tecnológico e investigações de campo. Independentemente do escopo, há muito a ser compartilhado entre empresas que utilizam o Geolabor. 

 

Imagem de trabalhador no campo checando dados no Geolabor

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