Everton Xavier conta como a digitalização trouxe rastreabilidade e confiança aos ensaios geotécnicos
Na engenharia geotécnica, o controle tecnológico é uma das etapas mais críticas . Por isso, garantir que cada ensaio seja executado, registrado e rastreado corretamente faz diferença direta na segurança e na durabilidade de uma obra. Compreender a complexidade desse cenário e auxiliar na disseminação de boas práticas são compromissos que guiam a Geotecnews – boletim eletrônico que busca ampliar a voz da comunidade geotécnica.
Nesta edição, trazemos a editoria Histórias de campo com o técnico de Qualidade da Consominas, Everton Xavier. No segmento da engenharia geotécnica, ele coleciona mais de cinco anos de atuação com controle tecnológico em projetos de mineração, o profissional tem passagem pela Chammas Engenharia, Diefra e Consominas e, durante a vida profissional, ele acompanhou a transição do registro em planilhas e formulários físicos para o uso do Geolabor, sistema que centraliza dados e padroniza ensaios em tempo real.
De acordo com Everton, a mudança foi significativa, já que reduziu retrabalho, aumentou a rastreabilidade e trouxe mais confiança para a equipe e para o cliente. “Antes, as informações ficavam em planilhas isoladas. Hoje, temos tudo centralizado e acessível em tempo real. A tomada de decisão ficou muito mais ágil e segura.” Em uma conversa com a nossa Redação, o técnico de qualidade falou mais sobre os processos e trouxe bons insights para a comunidade da engenharia geotécnica.

Como começou sua trajetória na área geotécnica?
Bom, a minha trajetória começou de forma muito prática, ainda atuando no campo, acompanhando ensaios de controle tecnológico de solos e de concreto. Com o passar do tempo, fui me aprofundando mais na área da geotecnia e entendendo que ela é a base de qualquer obra segura e duradoura. Na área o que sempre me chamou atenção são os ensaios: os detalhes de cada registro, quando bem feitos e analisados, podem evitar grandes problemas no futuro. Foi essa percepção que me levou a buscar especialização e aprimorar cada vez mais os processos de controle de qualidade.
O que mudou na sua forma de trabalhar com a digitalização dos processos?
Mudou praticamente tudo. Antes, as informações eram registradas em papel, em planilhas isoladas, o que dificultava muito a rastreabilidade e o controle de versões. Hoje, com o Geolabor e a digitalização dos processos, temos dados centralizados, padronizados e acessíveis em tempo real. Isso trouxe muito mais transparência, agilidade na tomada de decisão e uma confiabilidade muito maior nos resultados.
Você mencionou que teve uma experiência marcante com o Geolabor na AngloGold. Como foi esse processo?
A AngloGold foi um desafio e, ao mesmo tempo, uma das experiências mais marcantes da minha carreira. Quando cheguei na área da AngloGold Ashanti, ainda pela Diefra, o desafio era implantar o Geolabor em um ambiente em que muitos processos ainda eram feitos de forma tradicional (pelo Excel, por exemplo).
O processo exigiu bastante trabalho, conscientização, treinamento da equipe e adaptação à nova rotina digital. Mas o resultado compensou. Conseguimos padronizar os registros, reduzir retrabalho e melhorar o acompanhamento da qualidade em tempo real. Foi muito gratificante ver a equipe reconhecendo o valor da ferramenta e adotando-a com confiança.
Na AngloGold, por exemplo, usamos o sistema para monitorar todas as etapas de controle geotécnico, o que traz segurança e transparência para o cliente e para a equipe. Além disso, o Geolabor ajuda muito na gestão de indicadores e na agilidade para gerar relatórios técnicos, o que faz toda diferença em qualquer projeto.
Na sua visão, qual é o principal diferencial do Geolabor em relação aos métodos tradicionais, como o Excel?
Para mim, o grande diferencial é a rastreabilidade. No Excel, qualquer erro de digitação pode comprometer o resultado. Já no Geolabor, tudo é vinculado… do ensaio ao equipamento, do operador ao manual, até o resultado final. O sistema traz rapidez e padronização, garantindo que todos os dados sejam sempre confiáveis e auditáveis. É uma evolução natural do controle tecnológico.
Essa transformação também envolve uma mudança cultural, certo?
Sem dúvida. No começo, o Geolabor é visto apenas como mais uma ferramenta, mas com o tempo a equipe percebe que ele é um verdadeiro aliado. O sistema valoriza o trabalho do técnico, mostrando em tempo real os resultados dos ensaios e a importância de cada registro. Aos poucos, a equipe passa a entender melhor o impacto do que faz e a ter orgulho disso. Essa é uma mudança cultural muito perceptível, especialmente no campo.
Como você avalia o impacto da digitalização dos dados na qualidade e segurança das obras?
O impacto é enorme. Quando os dados são digitais e padronizados, o controle da qualidade se torna muito mais eficiente. A digitalização permite detectar desvios rapidamente, evitando falhas que poderiam gerar riscos. Além disso, traz transparência e facilita auditorias. Isso é fundamental em obras com alto grau de responsabilidade, como barragens e estruturas geotécnicas. Sem dúvida, é um avanço indispensável para o nosso setor.
